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Introdução

Todos nós temos a curiosidade de saber como ocorreram as nossas origens. De forma natural, o homem primitivo sempre foi orientado por forças sobrenaturais ou da natureza, como o Sol, a Lua, o trovão, a montanha sagrada, os espíritos da água, do fogo, do vento, que seriam, provavelmente, as forças motoras de todas as criações. A crença de que fenômenos e forças da natureza são capazes de intervir nos assuntos humanos constitui o fundamento de todas as mitologias que são as bases para as ideias religiosas.

Mais tarde, por analogia com os seres humanos, passamos a considerar os animais e as plantas como dotados de alma que, por fim, chegam à transição para o monoteísmo atribuindo supremacia a um Deus, que acaba sendo o onipotente o regente das nossas vontades.
Com o surgimento das religiões monoteístas, nosso mundo passou a ser doutrinado sob suas rédeas, impondo sobre nossas vontades uma única escolha, pois ou estamos do mesmo lado ou estamos contra, não existindo a capacidade de discussão e, posteriormente, decisão. Isso levou à formação de uma legião de seguidores que dificilmente poderia abrir espaço para uma possível discussão: Será que estamos certos? Somos os verdadeiros donos da verdade?
Através das escritas, que passaram a ser consideradas a verdade suprema, simplesmente porque alguém em determinada época disse que seria assim, dificultaram a busca das nossas possíveis origens Foi prejudicada.
O grande desafio para uma resposta concreta sobre as origens está relacionado a mostrar o que ocorreu lentamente a bilhões de anos, sem uma forma viável de se repetir ou testar em laboratório. Portanto, temos que aceitar hipóteses e escolher as mais viáveis no momento, até que outra chegue e a substitua. Não podemos é ser estáticos e aceitar uma doutrina apenas por aceitar, criando dogmas.
É lógico que existem pessoas radicais que, sob um plano religioso, simplesmente buscam a cada momento uma forma de desacreditar nos passos da ciência, na tentativa desesperada de manter, o máximo de tempo possível, as suas crendices. A passos firmes, a ciência caminha, muitas vezes com tropeços, que são fatos naturais da pesquisa, mas segue um rumo que a cada dia acumula informações que vão se somando como um grande quebra-cabeça e, progressivamente, elucidando as respostas sobre as nossas origens.
As mitologias possuem grandes narrativas, que tentam explicar as origens, principalmente, do Universo, da Terra, da vida e do homem. As descrições apresentam fatos que podem ser verificados em várias culturas em épocas diferentes, mostrando que são continuações das lendas do passado, apenas com outras roupagens.
Em minhas aulas sobre a origem da vida, sempre me deparo com questionamentos envolvendo religião. A associação é explicável devido à formação religiosa de muitos alunos que conflita com os conceitos aceitos pela ciência e que são cobrados em vários tipos de provas.
Tenho que lidar com muito tato para não agredir os conceitos religiosos e passar de forma natural os dados científicos. Muitos alunos, embora com uma forte base religiosa, conseguem conviver bem com as informações da ciência, entretanto, outros levantam bandeiras e tentam, de todas as maneiras, impor seu ponto de vista como uma verdade única.
De tanto acumular fatos, muitos hilários, tive a ideia de criar este blog para discutir aspectos sobre os pontos divergentes entre a compreensão religiosa e da ciência em relação às origens. As origens que pretendo considerar são aquelas mais conflitantes relatadas no Gênesis bíblico e explicadas pela ciência, envolvendo desde a criação do Universo, passando pela evolução física da Terra e seleção natural dos seres vivos, até passagens como Adão e Eva e o Dilúvio Global.
Meu objetivo é mostrar como cada lado vê as partes específicas das origens e apontar meu ponto de vista tentando encontrar um determinador comum nas discussões mais típicas, esperando que a partir destes textos ocorram novas discussões que possam ampliar pontos de vistas.



Edson Perrone

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